Decisão que tornou Bolsonaro inelegível pode unir a direita ou empurrar para o centrão

Coluna FocoPolítico desta segunda-feira

A decisão do TSE que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à inelegibilidade por oito anos tem gerado reações diversas no cenário político brasileiro. Enquanto o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, acredita que essa decisão “vai unir a direita” no país, há quem argumente que ela pode empurrar parte da direita em direção ao centrão.

O núcleo duro do partido não deve baixar a guarda e dirigentes estão iniciando uma força-tarefa para pressionar o Congresso a aprovar uma anistia ao ex-presidente. O deputado Ubiratan Sanderson (PL), protocolou um projeto que prevê a anulação da condição de inelegibilidade para condenados por “ilícitos cíveis eleitorais ou declarados inelegíveis” a partir de outubro de 2016. Para Sanderson, o julgamento de Bolsonaro é visto como uma perseguição política ao ex-presidente e parlamentares de direita.

O ministro Alexandre de Moraes ressaltou que a condenação servirá como base para as eleições de 2024 e 2026. Ele destacou a importância de evitar que candidatos utilizem seus cargos públicos para disseminar notícias fraudulentas contra o sistema eleitoral. Moraes também fez referência à campanha de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas, classificando-a como “desinformação divulgada por verdadeiros milicianos digitais”.

A decisão que tornou Bolsonaro inelegível pode ter um efeito duplo no cenário político brasileiro. Por um lado, pode unir ainda mais a direita, que pode se mobilizar em defesa do ex-presidente e contra o que enxergam como perseguição política. Por outro lado, essa decisão pode empurrar boa parte da direita em direção ao centrão, buscando se reposicionar politicamente e sair da mira da justiça eleitoral.

Uma coisa é certa, a inelegibilidade de Bolsonaro de um jeito ou de outro, influenciará as próximas eleições.

APOSTA — Em Pernambuco, políticos bolsonaristas acreditam fielmente que a inelegibilidade de Bolsonaro vai ajudar a aumentar a força política do PL para as próximas eleições de prefeito e vereador.

SUBSTITUTO — Fora da disputa, o ex-presidente Jair Bolsonaro terá a missão de escolher um substituto. Nomes como o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas e Michelle Bolsonaro começam a ganhar força.

PRESSÃO — Centrão pressiona Governo por mudanças no Ministério do Esporte e os deputados Silvio Costa Filho (Republicanos) e Felipe Carreras (PSB) estariam entre os cotados para assumirem a pasta.

PRIORIDADE — O ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, afirmou que baixar o preço do peixe para a população e retomar as exportações para a Europa estão entre as prioridades do governo Lula.

APELO EMOCIONAL — Bolsonaro manda recado a Moraes em meio a julgamento no TSE: ‘Quem sabe Deus toque o coração dele. Até agora, não tocou’. Até o momento, o placar é de 3 a 1 a favor da inelegibilidade.

NOTA DE PESAR — Morreu, no último domingo (2), o ex-ministro STF, Sepúlveda Pertence, aos 85 anos. O magistrado estava estava internado no Hospital Sírio Libanês, no DF. O presidente Lula divulgou nota de pesar.

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