“Bandido que levantar arma pra polícia vai levar bala”, diz Garcia

O governador de São Paulo e pré-candidato à reeleição, Rodrigo Garcia (PSDB), que compete por uma vaga no segundo turno com o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), adotou ontem um tom mais incisivo em relação à segurança pública. “Aqui em São Paulo, o bandido que levantar arma para a polícia vai levar bala da polícia, porque é isso que a sociedade está esperando, uma polícia ativa que, dentro dos limites da lei, vai agir com muito rigor em relação à criminalidade”, disse durante coletiva em que anunciou um pacote de ações de segurança para o Estado.

“Quero deixar aqui um aviso muito claro a esses bandidos que de maneira covarde estão escondidos atrás de um capacete, estão com uma mochila de falso entregador de ‘delivery’ nas costas, que de maneira covarde assaltam as pessoas, assediam as mulheres, para que eles ou mudem de profissão, ou mudem de Estado, porque a polícia vai atrás de cada um deles”, disse Garcia.

Recentemente houve um latrocínio com grande repercussão em São Paulo. Um falso entregador matou Renan Silva Loureiro, de 20 anos, na frente da namorada e flagrado por câmaras que registraram o crime.

O governador anunciou a implantação, a partir de hoje, da “Operação Sufoco”, em parceria com a prefeitura da capital paulista, com a promessa de dobrar o número de policiais militares realizando o patrulhamento na cidade de São Paulo, na região metropolitana e em algumas cidades do interior – Garcia não especificou em quais municípios. “Isso sem dúvida nenhuma vai gerar transtornos para o trânsito aqui da cidade e eu quero pedir o apoio da população à polícia de São Paulo, porque nós vamos realizar muitas blitze, muitas operações e vai mexer com o cotidiano da cidade”, afirmou.

Garcia tem 6% das intenções de voto no levantamento feito pelo Datafolha em abril e empatou na margem de erro com Tarcísio. A liderança está com o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT), que tem 29% e é seguido pelo ex-governador Márcio França (PSB), que contabiliza 20%, de acordo com a pesquisa.

Mais tarde, em sabatina promovida pelo portal “Uol” e pelo jornal “Folha de S. Paulo, Garcia voltou ao tema da segurança pública e procurou demarcar distância em relação ao presidenciável de seu partido e seu antecessor, João Doria.

Apesar de dizer que Doria é o mais experiente entre os pré-candidatos da chamada terceira via, opção política à polarização eleitoral entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Garcia disse que o nome do tucano tem de passar pelo crivo das siglas do centro democrático e fez elogios à pré-candidata a presidente do MDB, senadora Simone Tebet (MS), referindo-se a ela como “uma mulher de fibra”.

“Entendemos que o centro democrático, os partidos que não querem nem Lula, nem Bolsonaro, deveriam se reunir para escolher um único candidato. Esse esforço da melhor via está sendo feito por esse centro democrático”, disse.

“Eu defendo que o nome do PSDB seja o escolhido, mas nós vamos submeter o nome do João [Doria] a esse grupo”, concluiu. Indagado se vai ‘esconder’ Doria de sua campanha (o ex-governador apresenta alta rejeição em São Paulo, conforme levantamentos de intenção de voto, e aliados do governador temem uma contaminação da campanha), Garcia respondeu: “Eu não sou candidato de A ou B, sou candidato da minha história, de tudo o que construí por São Paulo e pelo que penso para o futuro de São Paulo. São Paulo não vai andar na garupa de ninguém”.

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