Raquel Lyra toma posse como governadora de Pernambuco

A governadora de PernambucoRaquel Lyra(PSDB), empossada esta tarde, disse que pretende liderar uma “reconstrução” do Estado, que perdeu “protagonismo” nacional.

Segundo Lyra, Pernambuco foi do “entusiasmo ao grande desalento” nos 16 anos em que esteve sob comando do PSB. Sem citar nomes, ela afirmou que o Estado teve “ciclos diferentes no período”, sendo quase metade sob liderança do ex-governador Eduardo Campos, morto em 2014, e o restante com o seu sucessor Paulo Câmara (PSB). Em sua fala, Lyra afirmou que assume com objetivo de “fazer um governo que não se perca em si mesmo.”

Sua gestão deve enfrentar um cenário econômico e social bastante adverso. Nos últimos dois anos, o PIB de Pernambuco se recuperou em ritmo 50% inferior ao do restante do país. No auge da pandemia (2020), o Estado sofreu acima da média nacional, pelo fato de ter o setor de serviços com peso maior na atividade.

A economia fraca explica o fato da região metropolitana do Recife ser hoje considerada a mais miserável do país, com segunda maior taxa de desemprego.

Diferentemente de todos os demais governadores eleitos no Nordeste, Lyra não declarou voto no presidente Lula durante as eleições, mantendo uma posição de neutralidade.

Durante seu discurso hoje, a governadora não mencionou Lula. Ela disse, no entanto, que “polarização nacional não pode estar acima da empatia e da solidariedade”.

Câmara (PSB), seu antecessor, governou oito anos na oposição ao governo federal e teve dificuldades em alavancar investimentos com recursos da União. 

A governadora montou um secretariado com paridade de gênero. Dos 24 novos titulares das pastas do primeiro escalão, 13 são homens e 11 são mulheres — elas ficaram à frente de secretarias importantes como Defesa Social, Saúde, Administração e Educação. “Para quem duvidava da democracia, do poder do voto, aqui está uma governadora mulher, com a vice também mulher”, disse, se referindo a sua vice-governadora Priscila Krause (Cidadania). 

Eleita com uma base de apoios inicial pequena, Lyra conseguiu compor um secretariado prioritariamente técnico, com nomes que a ajudaram na sua gestão em Caruaru (PE), onde foi prefeita por dois mandatos. O ex-deputado Daniel Coelho (Cidadania) foi uma das exceções ao perfil da nova governadora. Coordenador da campanha de Lyra, ele não conseguiu renovar o mandato na Câmara, apesar da votação expressiva, por conta do coeficiente eleitoral. Possível candidato a prefeito do Recife no próximo ano, Coelho ficou no comando da pasta de Turismo e Lazer.

O ex-prefeito Miguel Coelho (União), que disputou o governo do Estado e apoiou Lyra no segundo turno, ficou de fora do novo governo. Apesar disso, ele reforçou seu apoio a Lyra, nas redes sociais, onde afirmou que estará “à disposição para contribuir”.

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