Venezuela reage a críticas de Celso Amorim e acusa Brasil de “intervencionismo” após não reconhecimento das eleições venezuelanas
As relações diplomáticas entre Brasil e Venezuela enfrentam uma nova crise após a convocação do embaixador venezuelano em Brasília, uma retaliação anunciada pelo presidente Nicolás Maduro nesta quarta-feira (30). O governo venezuelano expressou descontentamento com declarações do ex-ministro Celso Amorim, atualmente assessor de Lula para Assuntos Internacionais, considerando-as “intervencionistas e grosseiras”.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela, Amorim tem demonstrado alinhamento com interesses dos EUA, o que gerou irritação em Caracas. Em um comunicado, Maduro afirmou que Amorim “atua como mensageiro do imperialismo norte-americano” ao criticar o regime venezuelano, descrevendo a atitude como uma interferência nos “processos democráticos” venezuelanos.
Eleições não reconhecidas e críticas internacionais
O Brasil, junto com outros países, não reconheceu o resultado das últimas eleições venezuelanas, que declararam Maduro vencedor sobre o candidato oposicionista Edmundo González Urrutia. Alegações de fraude e manipulação no processo eleitoral levantaram suspeitas e contribuíram para o posicionamento crítico da comunidade internacional.
Lula critica Maduro, mas evita rompimento diplomático
Em recente entrevista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou críticas ao governo Maduro, mas descartou romper relações diplomáticas. Lula lembrou de sua relação com o ex-presidente Hugo Chávez, ressaltando as diferenças com a gestão de Maduro, e sugeriu que o líder venezuelano “deveria convocar novas eleições para provar sua preferência pelo povo”.
Apesar das críticas, Lula se opõe a sanções econômicas contra a Venezuela, afirmando que elas prejudicam a população em vez do governo. Até o momento, o governo brasileiro ainda não se pronunciou sobre a convocação do embaixador.
Essa tensão marca um novo capítulo na complexa relação entre os dois países, com expectativas sobre futuras reações no cenário diplomático da América Latina.