Quem é Celina Leão, vice que assume governo do DF após afastamento de Ibaneis Rocha

A vice-governadora Celina Leão (PP) assume, nesta segunda-feira (9), o governo do Distrito Federal, após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraesdeterminar o afastamento de Ibaneis Rocha do cargo por, inicialmente, 90 dias.

A decisão é um dos impactos dos ataques terroristas cometidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro às sedes dos três poderes, em Brasília, no domingo (8). Segundo o ministro, as invasões ao Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto só podem ter tido a anuência do governo do DF, uma vez que os preparativos para os atos terroristas eram conhecidos.

Celina Leão tem 45 anos, é natural de Goiânia, em Goiás, e é administradora. Durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ela o apoiou em diversas ocasiões, como na campanha de reeleição do ex-mandatário, em que atuou ativamente.

Em uma rede social, antes da decisão de Moraes, a governadora interina se manifestou contra as invasões deste domingo. “Democracia não é a invasão e dilapidação do patrimônio público! Inadmissível a invasão aos poderes da República”, afirmou.

O governo do Distrito Federal não se pronunciou oficialmente sobre o assunto até a última atualização desta reportagem.

Cargos políticos

Antes de assumir o cargo de vice-governadora neste ano, Celina Leão atuou como deputada federal pelo DF, também pelo PP, entre 2019 e 2022. A ex-parlamentar se licenciou do mandato por sete meses em 2020, quando assumiu a Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal, no primeiro mandato de Ibaneis.

Ela deixou a pasta para participar das eleições para a presidência da Câmara dos Deputadose foi uma das principais articuladoras da campanha de Arthur Lira (PP-AL), que venceu a disputa.

Celina Leão também atuou como deputada distrital por dois mandatos consecutivos, entre 2011 e 2019, à época pelo PDT. Ao ser reeleita, em 2015, a ex-parlamentar assumiu a presidência da Casa.

Denúncia

Em 2017, Celina e outros quatro deputados foram alvo de uma denúncia do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) por corrupção passiva, no âmbito da Operação Drácon.

Os promotores alegaram que os envolvidos teriam supostamente negociado propina em troca da liberação de R$ 30 milhões em emendas parlamentares para custear serviços de UTI.

Na denúncia, o Ministério Público afirmou que foi negociada uma propina de 10% sobre o valor das emendas. Ou seja, R$ 3 milhões. As defesas dos réus negaram as acusações à época.

Após a operação, a ex-parlamentar foi afastada da presidência da Câmara Legislativa. No ano passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a suspensão da ação penal da Operação Drácon.

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