A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa recebeu em sessão especial, nesta terça-feira (13), representantes da coordenação estadual da Marcha das Margaridas — considerado o maior movimento de mulheres urbanas e rurais da América Latina. A iniciativa partiu da deputada Delegada Gleide Ângelo, presidente da Comissão. “Estamos há exatos dois meses do embarque das mulheres para a Marcha. Pernambuco tem o histórico de figurar entre as maiores delegações. Importante nosso legislativo estreitar laços com as Margaridas, inclusive porque trabalhamos com ações políticas que se refletem na luta delas, que, na verdade, é a luta de todas as mulheres”, explicou a Delegada.
Assim, após a relatoria e o debate de mais de 30 projetos em tramitação na Casa, foi aberto o diálogo com as coordenadoras Domênica Rodrigues, Geogina Deomendes, Aparecida Apolinário, Joana Santos, Paula Menezes e Ana Paula. Elas expuseram as dificuldades enfrentadas e a importância de momentos como este, que corroboram para a integração e o fortalecimento dos direitos das mulheres. “A pauta da marcha é pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver de todas as mulheres. Mas quando fazemos um recorte pelo interior do estado, observamos que a falta de acesso e ações públicas em defesa das mulheres é quase inexistente”, disse Domênica Rodrigues.
Em contrapartida, Gleide Ângelo, em nome da Comissão da Mulher, firmou o compromisso de batalhar pela implantação de uma unidade da Casa da Mulher Brasileira no interior do estado. A experiência exitosa foi criada em 2015 no estado no Mato Grosso e consiste num espaço que reúne num só lugar a oferta de serviços de denúncia, proteção, acolhimento e abrigo para as mulheres vítimas de violência. Inclusive, a deputada Gleide já apresentou a indicação de No 619/2023 junto ao Governo Federal, no sentido de instalar unidades da Casa da Mulher Brasileira em Pernambuco.
“Precisamos unir forças para que as políticas de proteção e defesa dos direitos das mulheres aconteçam efetivamente aqui em Pernambuco.
Estamos há seis meses de gestão e ainda não vimos a divulgação ou implementação de qualquer política para o enfrentamento da política de gênero em nosso estado. Não é razoável todos os dias você ligar no noticiário e ver mulher apanhando, morrendo e sendo estuprada. A falta de informações é tamanha, que o Tribunal de Contas do Estado já acionou o poder público para que sejam divulgadas as ações e políticas para o enfrentamento à violência doméstica em todo estado”, concluiu a deputada.
A Marcha das Margaridas acontece entre os dias 15 e 16 de agosto, em Brasília. A mobilização reúne mulheres de todo o país e este ano o tema da Marcha será “Margaridas em marcha pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver”.
Foto: Américo Santos