Principal linha de investigação aponta que alvo dos criminosos era um miliciano com semelhança física a um dos médicos atingidos.
A principal linha de investigação sobre o ataque a tiros na orla da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, sugere que os quatro médicos foram baleados por engano, resultando na morte de três deles e deixando um hospitalizado. Fontes da polícia relataram à TV Globo que uma das hipóteses é que traficantes tinham como alvo um miliciano na região de Jacarepaguá, cujas características físicas se assemelhavam a um dos médicos, o Dr. Perseu Ribeiro Almeida, que infelizmente faleceu no incidente.
De acordo com essa linha de investigação, o verdadeiro alvo dos criminosos seria Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho de Dalmir Pereira Barbosa, identificado como um dos principais líderes de uma milícia que atua na Zona Oeste. Taillon chegou a ser detido em uma operação no final de 2020 e, segundo apurou a TV Globo, mora próximo ao local do crime.
A polícia está averiguando se alguém viu o grupo de médicos e informou aos atiradores sobre sua presença. Um vídeo de uma câmera de segurança revela um dos criminosos retornando para verificar a condição de Perseu, que já estava ferido.
Apesar dessa principal linha de investigação, outras hipóteses ainda não foram descartadas. A polícia acredita que o crime não foi premeditado e que os criminosos podem ter recebido informações sobre a suposta localização da vítima e agido imediatamente.
O Departamento de Homicídios da Polícia Civil está mobilizando equipes para investigar o caso, inclusive com o objetivo de reconstruir a rota do veículo usado no crime. Acredita-se que o incidente tenha sido uma execução, pois nada foi roubado, e os atiradores abriram fogo imediatamente após sua chegada. Testemunhas relataram que os criminosos não disseram nada durante o ataque.
O vídeo das câmeras de segurança mostra o momento em que três criminosos descem de um carro e abrem fogo contra os médicos em um quiosque à beira da ciclovia. Um quarto médico foi ferido e levado para um hospital da região.
Os médicos estavam hospedados no Hotel Windsor, que sediava um congresso internacional. Um dos médicos falecidos, Diego Ralf Bomfim, era irmão da deputada federal Sâmia Bomfim, do PSOL-SP, e devido a essa proximidade, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal acompanhe a investigação.