Coluna FocoPolítico desta sexta-feira
O ex-governador de Pernambuco, Paulo Câmara, que se desfiliou do PSB pouco antes de ser indicado pelo presidente Luiz Inácio lula da Silva (PT) para comandar o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) possui uma expectativa alta em relação à votação da alteração na Lei das Estatais, que deve viabilizar sua nomeação para a instituição. Segundo interlocutores próximos, Câmara já teria reservado quatro importantes diretorias para o PT do Ceará.
A alteração na Lei das Estatais, proposta pelo governo federal, permite a indicação de políticos para cargos de direção em empresas públicas, desde que preencham alguns requisitos técnicos. A medida pode ser pautada na próxima semana e tem gerado polêmica e críticas por parte da oposição, que argumenta que a mudança favorece a prática do “toma lá, dá cá” e aumenta o risco de interferência política na gestão das empresas.
No caso de Paulo Câmara, sua possível nomeação para o BNB tem sido alvo de especulações há algum tempo. Câmara, foi governador de Pernambuco durante os últimos 8 anos e ocupava até pouco tempo as fileiras do PSB. Foi um dos principais articuladores da aliança entre a sua antiga legenda e o PT, partido do presidente Lula.
O seu ex-partido acabou deixando-o de fora das indicações para o primeiro escalão do governo federal, o que teria motivado sua saída da legenda. Fora do PSB, o ex-governador teria trabalhado nos bastidores em busca de um espaço na cota pessoal do próprio presidente, e acabou sendo anunciado para comandar a instituição financeira, que somente em 2022 desembolsou cerca de R$ 50 bilhões para investimentos na região.
Com um salário superior ao de Governador, que ultrapassa os R$ 46 mil, o presidente do Banco do Nordeste, ainda tem à sua disposição uma série de mordomias e gratificação como o auxílio-moradia, um avião particular à disposição 24 horas e todas as despesas pagas pelo banco estatal.
Para acalmar os ânimos, a reserva de quatro importantes diretorias para o PT do Ceará teria acontecido após lideranças políticas protagonizarem uma disputa interna no intuito de barrar a indicação de Câmara para emplacar um aliado petista no comando da instituição.
EXPECTATIVA — Existe uma expectativa para que a proposta do governo seja votada na próxima semana, e caso a mudança seja aprovada, Paulo Câmara poderá tomar posse como presidente do BNB.