Coluna FocoPolítico desta segunda-feira
No primeiro semestre, a governadora Raquel Lyra (PSDB) empenhou-se na reestruturação interna do Palácio Campo das Princesas, desviando o foco das articulações políticas no estado. Enquanto isso, o prefeito João Campos (PSB), aproveitou o vácuo deixado pela gestora e se antecipou na ambição de criar a maior ‘Frente Popular do Recife’ para as eleições de 2024. No entanto, Campos pode ter cometido um equívoco ao ‘queimar a largada’, e sua antecipação deve gerar uma fragmentação entre aliados.
Cada vez mais próxima do presidente Lula (PT), a governadora Raquel Lyra parece ter acertado uma aliança com a executiva nacional do PSD e pode acabar afastando João Campos, do ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula. Especula-se que o PSD assuma a Compesa, mas para isso, terá que entregar a Secretaria de Turismo do Recife, atualmente ocupada por Cacau de Paula.
Apesar de ser um tradicional aliado do PSB, o MDB estaria cogitando lançar candidatura própria na capital. A possibilidade de ficar apenas na base do Governo Raquel tem gerado inquietação entre lideranças socialistas.
Do outro lado, o deputado Mendonça Filho, que após uma batalha judicial assumiu a presidência do União Brasil no Recife e deve influenciar na decisão do partido para a eleição do próximo ano, e muito provavelmente seguirá alinhado com o PSDB de Raquel Lyra.
O fato é que a governadora parece ter virado a chave da política e com uma relação consolidada com o PP, do deputado federal Eduardo da Fonte, um de seus principais aliados, e com o PL, partido do ex-presidente Bolsonaro, que é liderado em Pernambuco pelo ex-prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira, poderá virar o ano com nada menos que a maior frente política do estado, e além de contar com o apoio da federação PSDB e Cidadania, poderá ter em sua base o PP, PL, PSD, MDB, Solidariedade, União Brasil e o PTB.
INEGOCIÁVEL — Aliados próximos ao senador Humberto Costa, líder do PT em Pernambuco afirmam que a única condição para o partido não lançar candidatura própria no Recife é a indicação da vice de João Campos.
BANCO DO NORDESTE — Sob a gestão de Paulo Câmara, o Banco do Nordeste (BNB) vai financiar investimentos do novo (PAC) na ordem de R$ 11,5 bilhões em estados do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo.
REINTEGRAÇÃO — Acatando a decisão do STJ, Raquel Lyra (PSDB) assina a reintegração de Áureo Cisneiros, ex-presidente do Sinpol, aos quadros da Polícia Civil de Pernambuco, que foi demitido pelo governo em 2021.
INVESTIGAÇÃO — A operação da PF contra pessoas próximas a Jair Bolsonaro (PL), mira suspeitos de um esquema de venda ilegal de presentes recebidos durante compromissos oficiais e pode atingir o ex-presidente.
NA MIRA — A Polícia Federal pediu ao STF a quebra de sigilo fiscal e bancário de Michelle Bolsonaro (PL) em investigação que apura esquema de desvio de joias. O ministro Alexandre de Moraes decidirá se autoriza ou não.