Campos escolhe vice-prefeito para disputar a reeleição no Recife sonhando em ser governador

Coluna FocoPolítico desta terça-feira

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), está de olho em voos mais altos e sua ambição parece ser a cadeira de governador. Campos montou uma operação política para assegurar que seu controle sobre a prefeitura permaneça firme, mesmo após sua possível renúncia em 2026. A ideia sempre foi colocar Victor Marques (PCdoB), seu ex-chefe de gabinete, como vice-prefeito na chapa. Com isso, caso renuncie ao mandato para concorrer ao governo do estado, ele se certifica de que Marques assuma a prefeitura, garantindo a continuidade de sua influência na capital pernambucana.

Apesar de João Campos promover um discurso de unidade entre as siglas PT, PCdoB e PV, a realidade nos bastidores é bem diferente. Lideranças do partido do presidente Lula têm demonstrado insatisfação com as manobras do prefeito, que reduziram o protagonismo do PT na capital. A articulação de Campos é vista como um movimento agressivo, que não respeita a relevância dos aliados na política local.

A postura do prefeito do Recife também tem levantado questionamentos dos eleitores, que percebem sua reeleição em 2024 como um trampolim para o governo estadual em 2026. É muito improvável que João Campos conclua seu mandato de prefeito até 2028. dado que a matemática política para as próximas eleições é complexa. A conta não fecha e o PSB deve ter bastante trabalho para administrar. Com apenas duas vagas para o senado disponíveis, partidos como PT, União Brasil, Solidariedade, Republicanos e MDB parecem condicionar o apoio a indicação. A verdade é que alguns partidos serão inevitavelmente deixados de lado, o que pode levar a uma migração de apoio para a oposição.

NO RADAR — Apesar do discurso de unidade, o PT de Pernambuco caminha a passos largos para integrar a base da governadora Raquel Lyra (PSDB). O movimento deve ser intermediado pelos petistas insatisfeitos com o PSB.

SEM ROMPIMENTOS — Uma possível ida do PT para a base de Raquel não deve fazer o partido romper com a gestão de Campos. A ideia é que o presidente Lula tenha mais de um palanque e divida o seu apoio no estado.

PREJUDICADO — O senador Humberto Costa (PT) parece ter sido o maior prejudicado com a escolha do vice-prefeito da Frente Popular do Recife. Para não ficar sem mandato, Costa pode virar uma pedra no sapato do socialista.

EXPECTATIVA — O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve desembarcar em Pernambuco no início de agosto. Bolsonaro deverá cumprir agendas em várias cidades e impulsionar candidaturas de direita no estado.

ACORDO — O Governo do Estado firmou um acordo com o TJPE para agilizar a conclusão de 40 mil processos fiscais de até R$ 10 mil. O ato vai transferir processos de execução fiscal para a esfera administrativa e desafogar o Judiciário.

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