Evento em homenagem ao presidente do BC é visto como movimento político e pode acirrar embates entre o governador e o presidente.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, organizará na próxima segunda-feira um jantar em homenagem a Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, no Palácio dos Bandeirantes. O evento, que reunirá a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e diversas figuras influentes do setor financeiro da Faria Lima, é motivado pela medalha que Campos Neto receberá na Assembleia Legislativa paulista naquela tarde.
Embora a premiação seja a razão oficial do encontro, o jantar tem claros contornos políticos, considerando que Tarcísio é atualmente apontado como o mais provável candidato da oposição nas eleições presidenciais de 2026. A presença de tantos banqueiros e líderes financeiros não passará despercebida, e o evento certamente será interpretado como um movimento estratégico para fortalecer suas bases e alianças dentro do setor econômico.
Este cenário não será bem-visto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já demonstrou insatisfação com Campos Neto em várias ocasiões, referindo-se a ele com o apelido desdenhoso de “aquele cidadão”. A homenagem e o jantar oferecido por Tarcísio têm tudo para provocar novos atritos entre o governador paulista e o presidente, evidenciando mais uma vez as divergências políticas e econômicas entre ambos.
Enquanto Tarcísio evita rotular o jantar como um evento político, a realidade é que a homenagem a Campos Neto, especialmente num ambiente repleto de figuras de alto escalão do mercado financeiro, será percebida como um gesto de apoio e reconhecimento que transcende a simples celebração de uma medalha.
Essa movimentação política reforça a postura de Tarcísio como um dos principais líderes da oposição e uma figura de destaque no cenário nacional, preparando o terreno para futuras disputas eleitorais. A expectativa é que o evento aumente ainda mais a tensão entre o governo federal e a gestão estadual, colocando em evidência as diferentes abordagens e visões econômicas que ambos representam.
A reunião de banqueiros no Palácio dos Bandeirantes também sinaliza um possível alinhamento do setor financeiro com Tarcísio, o que pode ter repercussões significativas no cenário político e econômico do país. Resta saber como Lula e seus aliados responderão a esse movimento e quais serão os desdobramentos dessa nova fase de embates entre o governo federal e o governo paulista.