O líder da oposição e articulador da CPI do MEC no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que o requerimento solicitando abertura do colegiado voltou a ter 26 assinaturas das 27 necessárias para que o presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG) proceda com a instalação.
Neste sábado (9/4), o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) voltou atrás e solicitou a retirada de seu nome entre os signatários.
Apesar de ter se manifestado favoravelmente à CPI, o parlamentar paranaense acredita que o colegiado “acabará em palanque eleitoral”. “Então, é melhor que a investigação seja feita pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Assim, teremos uma investigação imparcial e técnica”, disse.
Diante do duro golpe, Randolfe afirma que, na próxima semana, trabalhará para recuperar o número mínimo de signatários. “Seguiremos atrás de mais assinaturas para passar a limpo o Bolsolão do MEC e investigar os escândalos de corrupção desse governo! Eles não podem sair impunes!”, publicou o senador nas redes sociais.
CPI do MEC
O movimento da oposição pela instalação de uma comissão parlamentar de inquérito ocorre após as recentes denúncias envolvendo suposto esquema de favorecimento de prefeitos no Ministério da Educação, que culminou na exoneração do então ministro Milton Ribeiro. Ele estava no comando da pasta desde julho de 2020.
Segundo as reportagens, a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL), Ribeiro priorizava pastores na liberação das verbas públicas para construção de escolas e creches. Em troca, os religiosos cobravam propina dos prefeitos, solicitando pagamentos em dinheiro, em bíblias e até em ouro.
“Os fatos narrados são gravíssimos e merecem ser rapidamente apurados pelo Senado Federal para que as responsabilidades, inclusive criminais ou de índole político-administrativa, sejam finalmente atribuídas”, diz o requerimento de abertura da CPI.
Contudo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou, na terça-feira (5/4), que todo requerimento de instalação de CPI que cumprir os requisitos necessários será analisado, mas cobrou responsabilidade dos parlamentares.
“É preciso ter muita responsabilidade neste momento do Brasil, de muito esgarçamento entre instituições, em que se exige união nacional. Temos um período eleitoral acirrado. É preciso ter cautela com instrumentos do Legislativo que possam soar com viés eleitoral”, declarou o presidente da Casa Legislativa.
METRÓPOLES