O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), destituiu 3 dos 7 integrantes titulares da Mesa Diretora, a direção da Casa. A decisão foi publicada na tarde desta segunda-feira (23)
O argumento é que esses deputados trocaram de partido, e os cargos pertencem às antigas siglas por serem divididos de acordo com os tamanhos das legendas.
Perdem os cargos na Mesa:
Marcelo Ramos (PSD-AM) – 1º vice-presidente, deixou o PL para filiar-se ao PSD;
Marília Arraes (SD-PE) – 2ª secretária, deixou o PT para filiar-se ao Solidariedade;
Rose Modesto (União-MS) – 3ª secretária, deixou o PSDB para filiar-se ao União Brasil.
Novas eleições serão realizadas para prover os cargos, provavelmente na 4ª feira (25.mai.2022). Os novos eleitos devem ficar nos cargos até fevereiro de 2023, quando acaba a atual legislatura.
Apenas deputados do PL poderão se candidatar à 1ª vice, do PT à 2ª Secretaria e do PSDB à 3ª Secretaria.
O PL, partido de Jair Bolsonaro, passou a pressionar para recuperar o cargo por causa da oposição que Marcelo Ramos faz ao presidente da República.
Marília e Rose vieram a reboque por estarem, do ponto de vista partidário, na mesma situação de Marcelo Ramos.
Perder o lugar na Mesa é diferente de perder o mandato. No 1º caso, os deputados perdem só os poderes extras que têm por estarem nesses postos. São importantes porque o colegiado toma decisões sobre o funcionamento da Câmara.
Na pandemia, discutiu a forma de votação remota e a volta dos trabalhos presenciais, por exemplo. Além disso, seus integrantes têm mais cargos para indicar aliados.
Os 3 deputados que perderão seus cargos são quase metade do colegiado. No total, há 7 pessoas na Mesa Diretora.
As maiores siglas escolhem os melhores postos. A exceção é a presidência, para a qual qualquer deputado pode se candidatar.
Mudanças no Congresso
Quem ocupa a vice-presidência da Câmara tem o mesmo cargo no Congresso. Marcelo Ramos vinha presidindo as sessões conjuntas, que decidem sobre vetos presidenciais e projetos orçamentários.
Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso, havia dado a Ramos poder sobre a pauta e para conduzir acordos com os partidos.