A próxima governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), afirmou que está “garantida” a relação institucional entre o executivo estadual e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante o seu mandato.
A ex-prefeita de Caruaru defendeu a relação entre os governos para atender as demandas do Estado. Diz que durante o atual mandato não houve diálogo entre o governador Paulo Câmara (PSB) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).
“O governo é do Brasil e eu governarei Pernambuco. Atuarei para petistas e para os não petistas”, disse Lyra em entrevista ao jornal O Globo divulgada nesta 4ª feira (28.dez.2022). “A relação institucional está garantida. Vou a Brasília passar o chapéu e pedir recursos, sim”.
Raquel Teixeira Lyra Lucena, 43 anos, é advogada. Em 30 de outubro, tornou-se a 1ª mulher eleita para governar Pernambuco. Foi delegada da PF (Polícia Federal) e procuradora do Estado.
Em sua trajetória política, ocupou a secretária da Criança e Juventude de Pernambuco, de 2011 a 2012. Foi duas vezes eleita deputada estadual (2011-2016) e prefeita de Caruaru de janeiro de 2017 a março de 2022, quando renunciou ao cargo para disputar o governo. Foi bem-sucedida.
Ela é filha do ex-governador João Lyra Neto e sobrinha do ex-ministro da Justiça Fernando Lyra, que morreu em 2013. Em 2 de outubro de 2022, viveu uma tragédia pessoal em razão da morte do marido, Fernando Lucena, com quem foi casada por 18 anos.
Hoje, é um dos principais nomes do PSDB, partido que teve as maiores perdas nas eleições deste ano. Questionada sobre o futuro da sigla, Lyra afirma que o momento é de reconstrução.
“Temos uma oportunidade de reconstrução. Vamos trabalhar para que os nossos governos entreguem políticas públicas com transparência e responsabilidade”, declarou.
Sobre a posição que será adotada pelo PSDB durante o governo Lula, a próxima governadora defendeu a independência da sigla no congresso. Para Lyra, isso não significaria, por exemplo, deixar de defender interesses comuns, mas sim adotar uma postura crítica em relação ao governo.
“Em alguns momentos, o PSDB vai votar junto com o governo e seus partidos aliados, sim. Dentro do partido existe um momento interno de reconstrução e de debates sobre nossas bandeiras e posicionamentos. Se precisarmos ser críticos, seremos. Se for em favor do Brasil, seremos também. Defendo a independência e a opção por não ocupar ministérios, para que tenhamos posicionamentos críticos”, afirmou a governadora eleita.