Gleide Ângelo endurece discurso e cobra Governo

Em sua fala na reunião plenária desta segunda-feira (08), a deputada Delegada Gleide Ângelo fez duras críticas à falta de efetividade da política de proteção às mulheres do Estado. Em mais de 100 dias de governo, o executivo nomeou apenas a metade das 12 coordenadoras estaduais da mulher – cargos comissionados responsáveis pela integração entre os organismos da rede de proteção e pelo abrigamento das mulheres vítimas de violência. 

“É preciso que o Estado faça a parte dele, para que os municípios tenham a quem recorrer numa situação de emergência. Afinal, uma medida protetiva é um pedaço de papel, não segura nem bala, nem facada. Ele é apenas a porta de entrada para a segurança da mulher. Mas, como vou dizer para a mulher denunciar, se não há quem faça o encaminhamento?”, questionou a parlamentar que, na última semana, esteve na cidade de Carpina, na mata norte, para atuar diretamente no abrigamento de uma jovem de 22 anos vítima de tentativa de feminicídio e que ainda sofria ameaças por parte do ex-companheiro. “Eu fui até Carpina para fazer o papel que é de responsabilidade do Estado. Eu agi no papel de uma coordenadora da mulher”, ponderou. 

A Delegada também aproveitou para questionar o início do programa de segurança pública Juntos por Pernambuco, cujo lançamento havia sido anunciado pelo Governo aos deputados estaduais para o final do mês de abril. “A governadora nos informou sobre o início do programa para o final do mês passado. Já estamos na segunda semana de maio e não há uma linha sobre o assunto. Espero que finalmente seja lançado o programa e que, dentro dele, haja os anúncios para o recompletamento das operativas da segurança pública”, comentou. 

PROFISSIONALIZANTE — Ainda nesta segunda, Gleide Ângelo esteve no bairro do Sancho, na zona oeste do Recife, para o início do programa Construindo Sonhos, um projeto voltado para a capacitação de mulheres na área da constrição civil. Financiado por meio de emendas parlamentares da Delegada e do federal Felipe Carreras e executado pela ONG Cores do Amanhã, o projeto, exclusivo para mulheres, vai capacitar quase 100 alunas em áreas como pedreira, eletricista, encanadora e pintura. “Parcerias como esta nos permitem complementar o trabalho da rede de proteção, que não é só retirar a mulher de uma situação de violência, mas também permitir a esta mulher sua inserção no mercado para que ela tenha condições de se manter financeiramente”, concluiu a Delegada.

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