Deputado Coronel Meira e proprietário do terreno lideram reconstrução de estrutura polêmica no Litoral Sul de Pernambuco.
Nesta terça-feira (14), a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) demoliu parte do muro localizado no Pontal de Maracaípe, em Ipojuca, Pernambuco. A medida foi justificada pelo impacto ambiental causado pela estrutura, como danos à vegetação, restrição à desova de tartarugas e aumento do risco de erosão costeira. Contudo, poucas horas depois, o deputado federal Coronel Meira (PL) e o empresário João Fragoso, proprietário do terreno, lideraram a reconstrução da barreira, gerando nova controvérsia.
Justificativa da CPRH e reconstrução do muro
A demolição, realizada durante a manhã, teve como base pareceres do Ibama e de técnicos ambientais que apontaram irregularidades. O muro, inicialmente autorizado com 250 metros de extensão, foi ampliado sem permissão para 576 metros, segundo relatório de junho de 2024. A CPRH afirmou que a estrutura causava prejuízos ambientais e ressaltou que não há base legal ou técnica que justifique sua manutenção.
Entretanto, por volta das 20h30, Coronel Meira anunciou nas redes sociais que havia reconstruído a parte demolida com a ajuda da comunidade local. Em sua declaração, o deputado defendeu o muro como essencial para proteger o manguezal e questionou a legalidade da demolição.
Conflito ambiental e legal
O muro foi originalmente erguido em maio de 2023 por João Fragoso, que detém o terreno na praia. Após denúncias de que a barreira comprometia o equilíbrio ambiental, a CPRH revogou a autorização no ano seguinte, alegando impacto na erosão e interferência na fauna local.
O Coronel Meira, por sua vez, sustenta que não há decisão judicial que autorize a retirada do muro. A reconstrução reacendeu o impasse, e a conclusão da demolição, prevista para esta quarta-feira, permanece incerta.
Próximos passos e debate público
A CPRH ainda não se pronunciou sobre as ações do deputado e do proprietário do terreno. O caso expõe o embate entre interesses ambientais e privados, além de levantar discussões sobre a ocupação e preservação das áreas costeiras em Pernambuco.
O Pontal de Maracaípe, conhecido por sua beleza natural e importância ecológica, segue como palco de uma disputa que reflete a complexidade da gestão ambiental em áreas turísticas e ambientalmente sensíveis.