Os constantes casos de violência no futebol, motivaram os parlamentares da Comissão de Esporte e Lazer da Alepe a debaterem medidas que venham evitar que novos casos aconteçam, dentro e fora dos estádios de futebol, no Estado. Durante o encontro, o juiz Flávio Fontes, titular do Juizado Especial do Torcedor da Capital, sugeriu a instalação de equipamentos de reconhecimento facial, assim como a realização de um cadastro de identificação.
Na ocasião, o magistrado explicou que a medida pode ser uma alternativa à recusa das torcidas organizadas em entregarem os dados de seus cadastros de associados e membros, que precisam manter em cumprimento à Lei Geral do Esporte. Fontes ainda afirmou que recursos de inteligência policial (por exemplo, monitoramento de ações das torcidas organizadas em redes sociais) pode compensar, em parte, a falta de efetivo para garantir a segurança dos torcedores.
A sugestão também foi apoiada, pelo Promotor de Justiça titular da Promotoria do Torcedor, José Bispo. Segundo ele, afastará torcedores com mandados de prisão em aberto. Ele destacou, porém, que a violência tem se agravado mais fora do que no interior das áreas onde ocorrem as partidas. O membro do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ainda sugeriu a participação da Alepe no grupo de trabalho sobre futebol da Secretaria de Defesa Social (SDS) e fez considerações sobre a venda e o consumo de bebidas alcoólicas, hoje liberadas, em eventos esportivos.
Já o delegado Paulo Morais apresentou resultados de investigações e operações da Delegacia de Repressão à Intolerância Esportiva. “O problema maior aqui em Pernambuco não é com relação aos estádios, mas no entorno. A violência nas avenidas vem aumentando assustadoramente”, relatou ele. O delegado também reconheceu a falta de efetivo policial para intensificar as operações externas.
Empenhado em contribuir para a solução do problema, o Presidente do colegiado de Esporte, o deputado Pastor Júnior Tércio (PP) acolheu as sugestões para elaboração de um projeto da Comissão tratando do reconhecimento facial na entrada dos estádios. O parlamentar colocou a Comissão à disposição e ressaltou a importância de aprofundar o debate, ouvindo os clubes de futebol, a Federação Pernambucana de Futebol, a Secretaria Estadual de Esportes, representantes do Poder Judiciário, entre outros órgãos e entidades relacionadas à temática.
“Não podemos mais permitir que a violência manche a essência do nosso futebol, que é o esporte mais popular e apaixonante do mundo. É dever de todos – torcedores, dirigentes, jogadores e autoridades – unirmos forças para erradicar a violência dos estádios”, expressou Júnior Tércio.
O deputado João de Nadegi (PV) destacou que a violência não ocorre apenas em dias e locais de jogos, e as brigas entre torcidas são marcadas pela internet. O parlamentar ainda sugeriu a utilização de emendas parlamentares para custear a aquisição dos equipamentos de reconhecimento facial e recomendou a troca de informações com outros estados do país. O deputado Abimael Santos (PL), por sua vez, reforçou a importância de o Estado se fazer mais presente nos arredores dos estádios.
Foto: Arquivo Alepe